Mom to be // Cursos de Preparação para o Parto

Grávida,

Estás grávida? Ainda não sabes nada sobre episiotomias, periodos expulsivos, cariótipos ou crostas lácteas? Então inscreve-te já no curso de preparação para o parto mais próximo de ti.

Quando informei a minha família e família do homem sobre a realização deste curso, riram-se, como sempre. Ainda não sou mãe e parece-me que já sou vista como uma mãe com ideias que mais ninguém se lembra, despropositadas, tipo, fazer um curso de preparação para o parto e para a maternidade e paternidade. Pff, onde é que já se viu, modernices. Claro que isto me dá uns nervos tremendos, bem como uma imensa vontade de começar ao tabefe, mas como estou a aprender a ser uma pessoa calma e pacífica que não se irrita pela, neste caso, falta de informação alheia, respondi um simples sim e um sorriso à pegunta espantada da minha mãe "Então mas o homem também vai? Vai lá fazer o que? Olha que o teu pai nem uma fralda te mudou" ou à pergunta da sogra "Entãaaaao, vão às aulinhas é?".

Na realidade foi dinheiro extremamente bem empregue, notem: Para mim, que fiz o curso intensivo no Espaço Cegonha (já falo do local com mais detalhe), foram quatro dias a falar durante quatro horas seguidas sobre o meu tema favorito da actualidade: gravidez e bebés. Foi óptimo para me tranquilizar e verificar que muitas das coisas eu já sabia - porque li, li muito, perguntei de tudo ao médico, falei com mães médicas, pesquisei, ponderei, decidi... E foi óptimo porque validei que as minhas opiniões sobre as opções de parto e alimentação da Matilde estavam em linha com a opinião da enfermeira que nos fez o curso - bem como com a comunidade médica no geral. Depois adoro estar ali a falar em termos técnicos, é uma coisa que me dá imenso gozo, que querem, faz-me sentir na total posse da informação e dá-me uma sensação de controlo que me acalma. Claro que trocar bitaites médicos com a Enfermeira Ofélia (que é um amor e vai daqui já uma beijoca), implica que o homem ficasse a olhar para nós qual espectador de um jogo de ténis. Mas nada temam, porque foi óptimo para o homem também. O homem estava, para dizer de uma forma eufemística, a tão longe dos temas parto e maternidade como eu estou de Tóquio neste momento. Chegou a sugerir-me "porque não marcar uma cesariana para um dia qualquer, assim temos a certeza que eu estou em Portugal". Coitadinho, eu percebo a boa fé dele, mas...longe, tão longe! Assim, à medida que debatiamos as opções de parto e de alimentação da Matilde nos primeiros meses de vida, senhor meu homem viu a luz e percebeu que, nestas coisas, mais vale é concordar comigo porque eu tenho sempre razão. Pelo menos, no âmbito daquilo que nós pretendemos para a nossa bebé.

O Espaço Cegonha tem coisas bem boas: Para além de uma equipa de enfermeiras especialistas em obstetrícia - A Enfermeira Ofélia, por exemplo, é enfermeira chefe na MAC - e sabe mais do assunto do que a Amália. O espaço em si é agradável e eu, que fiz o curso em formato intensivo para que o homem pudesse estar presente, era a "única aluna" da Enfermeira, pelo que o curso mais pareceu uma sucessão de boas conversas.
Claro que não ouvi as dúvidas alheias, o que poderia ter sido profícuo, mas não faz mal, porque eu tendo a irritar-me com perguntas parvas como as que ouvi há uma semana no tour MAC - a digressão pelos corredores da MAC para saber o que me espera, basicamente - em que grávidas perguntavam "é melhor trazer camisa de noite ou pijama?" ou "estes colchões do berço têm 10 cm como manda a lei?". Brrr.
Pode-se portanto fazer o curso em formato "normal" ou "intensivo", e foram super flexíveis comigo e com as minhas necessidades de horários e agendamento de sessões do curso. Cinco estrelas.
A parte melhor do curso no Espaço Cegonha é que podemos assistir a um workshop para além do curso - por exemplo, Primeiros Socorros ou Choro.
A parte brutal é que temos um número para atendimento urgente 24h/ dia, além de eu ter ficado com o número da Enfermeira Ofélia que me atende sempre quando eu ligo a dizer que me dói a barriga e quero ir fazer CTGs ou porque acho que a tensão arterial me subiu e vou fazer uma pré-eclâmpsia.
A parte master é que temos à disposição uma enfermeira, nos três meses que se seguem ao parto, para ir lá a casa se assim o entendermos dar uma mãozinha ou ajudar no que quer que seja preciso - sendo que os assuntos mais prementes estão relacionados com a amamentação, a enfermeira não vai lá a casa tratar da roupa, naturalmente. Ah, e vão fazer o teste do pezinho a casa. 

Gotta love it, hun?


Rua Pinheiro Chagas 17, 1050-174 Lisbon, Portugal

M&M

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