Bebé em Angola // Pré-preparação

Porque já me começo a preocupar (MUITO) com o regresso a Angola, eis um conjunto de recomendações que encontrei e que deixo desde já aqui, nem que seja para depois saber onde está e poder guiar-me minimamente.

" Para quem tem filhos planear a mudança para um pais tropical é uma verdadeira aventura que implica levar um camião (com reboque e semi-reboque) com toda a parafernália inerente ao bem-estar físico e emocional de um bebé.

Então que faria eu há 3 anos e meio atrás a viajar para Angola (nada baby friendly do ponto de vista de parafernália infantil) com uma bebé de mês e meio, com a próxima viagem marcada para dali a 4 meses e com limite de bagagem imposto pela transportadora? Simplifiquei e desdramatizei a situação.

Ok. Estava cheia de "cagufas" mas ninguém tinha de levar com os meus filmes e sempre fui da opinião que pensamento positivo era sempre a melhor atitude perante a vida. Como não amamentava peguei nos limões e em vez de limonada fiz uma vodka limão.

Este tema daria pano para mangas mas iremos por partes para não complicar. No meu caso tive de lidar com enxoval, medicação, equipamento leve e pesado, e acima de tudo com o bicho papão das doenças tropicais.

O enxoval chutei para canto e encatrafiei na mala roupa de verão suficiente para lhe servir dos 2 aos 6 meses. Não me esqueci porém da fatiota para a chegada a Portugal em Dezembro e toca de colocar na mala um casaco de Inverno e um fato de treino quentinho para a chegada à Pátria Mãe.

Parafernália pesada apesar de me ter custado os olhos da cara comprei nas farmácias locais (coisa difícil mas não impossível). Apenas levei o carrinho de transporte.

Medicação (vacinas fora do plano nacional de vacinação, e medicamentos normais para febres, diarreias, constipações, etc) levei de cá comigo na cabine. É preciso alguma ginástica mas não é impossível.

• Primeiro passo foi ir ao centro de saúde pedir receita de toda a medicação e vacinas. 

• Depois ir ao site do INAC (www.inac.pt) e preencher o formulário disponibilizado por eles sobre transporte de medicação. Enviar o formulário para eles a solicitar o transporte. Posteriormente juntar receita médica, formulários e e-mail enviado para o INAC num ficheiro e solicitar à companhia de avião a autorização para o transporte da mesma. No meu caso ia na TAP e a solicitação é feita ao comandante do avião (mencionar sempre numero do voo, data e horário de partida do avião). 

• Após autorização imprimir tudo e apresentar na zona de controlo de raio X. Atenção que as vacinas deverão ser transportadas em saco térmico para conservar o frio. À entrada no avião o saco da vacinação deverá ser entregue as hospedeiras para que estas o coloquem no frio novamente. As vacinas do plano nacional comprei numa das clinicas privadas existentes em Luanda e depois foi só deslocar-me à zona de vacinação para solicitar a aplicação das vacinas (as do plano e as restantes).

As doenças tropicais! Ai o bicho papão de toda a gente. Cheguei a ser acusada de homicida por levar a minha filhota para um ambiente tão maléfico e com tanta bicheza!!! Protecção e precaução são os verbos que temos de aprender a conjugar. Seja numa viagem prolongada de meses ou numa custa viagem de férias. A M tinha rede mosquiteira no quarto, tinha um repelente de mosquitos de ultra sons no berço e mais um ligado à electricidade. O creme de corpo dela era o butix infantil. Sair ao final do dia sim (todos os dias até) mas sempre com protector solar. Desta forma a malária era uma carta fora do baralho!

E a Tifoide, Rotavirus, Cólera, lombrigas? Novamente os 2 verbos – protecção e precaução. Banho sempre com agua fervida (e devidamente arrefecida) e quando entramos na fase da alimentação variada cozinhar sempre, mas sempre com água mineral.

Nesta altura sempre que íamos almoçar ou jantar fora levávamos a comida dela connosco.

Passados 3 anos e meio posso dizer que a M nunca me ficou doente. Tem uma resistência brutal (mais até do que os amigos Portugueses que vivem cá com todos os meios disponíveis). Fomos sempre conscientes de que algo lhe podia acontecer, mas também tínhamos e ainda temos o plano B sempre activo para uma evacuação de emergência em caso de necessidade. Com a vida nos nossos filhos não se brinca!

E nós nunca brincamos."

M&M