Baby Matilde // O casamento cigano
Quando descobri que estava grávida, uma das primeiras pessoas a quem contei a boa nova foi à minha amiga Rebeca Gisele (nome fictício de extraordinário bom gosto). Depois do homem e dos pais, acho mesmo que foi ela a feliz contemplada. Porque a Rebeca Gisele já era mamã de uma menina e achei que ela compreenderia o estado de euforia em que me encontrava, uma vez que tinha passado pelo mesmo há pouco tempo. Quer dizer, quando falei com ela para lhe contar não pensei em nada disto, pensei " tenho que lhe contar já!", acabou. Mal sabia eu o quanto ela me ia compreender.
Pois, é que a minha Rebeca Gisele estava...ora digam lá...todos em coro..grávida! Também! Pois é! Para começar, comentámos o quanto isto poderia parecer mal, porque ela estava grávida exactamente do mesmo tempo que - eu na altura eu de cinco semanas, a Rebeca Gisele estava ligeiramente mais à frente, com seis - na realidade tinhamos três dias de diferença. Haverá coisa melhor que termos uma grande amiga grávida? Não. Quando também estamos grávidas? Melhor ainda. Com uma barriga do mesmo tamanho? Nop. Não há melhor. E eu explico já porquê: porque isto significa que temos alguém que compreende melhor que ninguém pelo que estamos a passar. As questões são semelhantes, os sintomas semelhantes, podemos comentar alegremente exames (que são feitos sensivelmente na mesma semana, claro está) "então a tua eco como foi? Ah, tem uma nuca normal! Ah, não lhe vejo os ossos do nariz!", podemos panicar alegremente em conjunto sobre todo o tipo de temas gravídicos... entendam quando vos digo, a Rebeca Gisele foi uma verdadeira companhia toda a gravidez.
Cerca das 20 semanas, quando fazemos a ecografia que revela uma das mais ansiadas surpresas da gravidez (é menino ou menina?) percebemos que as tabelas dos chineses de previsão do sexo da criança são exactamente isso: dos chineses. Porque os nossos dados são igualinhos - a idade e data de concepção - e a Rebeca Gisele trazia um menino na barriga! Ficámos muito felizes, primeiro porque derrubámos milénios de sapiência chinesa (existe apenas o revés da Matilde ter sido fabricada no hemisfério sul e o petiz da Rebeca Gisele no hemisfério norte, talvez os chineses não percebam nada de hemisférios) e segundo porque podíamos já começar a tratar do casamento cigano. Matilde, filha, se tens 15 anos, estás a ler isto e arranjaste um namoradinho impertinente cheio de borbulhas, esquece. Vais casar com o filhote da Rebeca Gisele que eu quero passar Natais com ela. Vão ser três dias de festa e o melhor de tudo é que vou ter uma comadre como deve ser.
Reparem, nem estivemos muitas vezes juntas: uma vez a Rebeca Gisele veio ter comigo à capital, outra fui eu ter com ela lá perto dos Montes Hermínios - mas isso não tem impacto nenhum: a cumplicidade foi grande e a comunicação diária. E como a Rebeca Gisele é médica, ainda acabou por ser a minha consultora de gravidez: dúvidas existenciais eram-lhe imediatamente reportadas, que me respondeu sempre com a exactidão científica e intuição médica que me descansava nos momentos mais assustadores: tomem, por exemplo, o tema amniocentese.
E dizíamos em jeito de graça "olha lá se eles nascem no mesmo dia Rebeca Gisele! Ná, impossível, tamanha coincidência". Nos finalmentes da gravidez, barrigudas que só nós, todos os dias de manhã era feito o ponto de situação da possível entrada em trabalho de parto. "Então Rebeca Gisele, novidades? Tudo na mesma Margarida". E eu enchia-me de nervos porque precisava de uma novidade, se não fosse minha que fosse dela! Reparem como eu vivi a gravidez dela tão intensamente também. E ele há coisas que não se explicam, conexões improváveis, fenómenos fantásticos e eis que eu lá vou para a MAC dia 16 de Outubro - como foi uma cesariana a Rebeca Gisele ficou logo a saber que a Matilde ia nascer e, no dia seguinte, eu percebo que o piolhito dela nasceu, também, dia 16 de Outubro. Não é brutal?! Digam lá se não é! E agora, de petizes ao colo, continua a partilha, de experiências, de detalhes sobre os nossos filhos - surpreendente semelhantes no seu feitio - de fotografias, de expectativas.
A Matilde e o filho da Rebeca Gisele ainda não se conhecem. Mas vão-se conhecer porque temos que começar a acertar detalhes do casamento. E porque como diz ela diz e muito bem, eu ainda não conheço o filhote dela. Mas é como se conhecesse e já gosto tanto dele como gosto dela.
M&M
Pois, é que a minha Rebeca Gisele estava...ora digam lá...todos em coro..grávida! Também! Pois é! Para começar, comentámos o quanto isto poderia parecer mal, porque ela estava grávida exactamente do mesmo tempo que - eu na altura eu de cinco semanas, a Rebeca Gisele estava ligeiramente mais à frente, com seis - na realidade tinhamos três dias de diferença. Haverá coisa melhor que termos uma grande amiga grávida? Não. Quando também estamos grávidas? Melhor ainda. Com uma barriga do mesmo tamanho? Nop. Não há melhor. E eu explico já porquê: porque isto significa que temos alguém que compreende melhor que ninguém pelo que estamos a passar. As questões são semelhantes, os sintomas semelhantes, podemos comentar alegremente exames (que são feitos sensivelmente na mesma semana, claro está) "então a tua eco como foi? Ah, tem uma nuca normal! Ah, não lhe vejo os ossos do nariz!", podemos panicar alegremente em conjunto sobre todo o tipo de temas gravídicos... entendam quando vos digo, a Rebeca Gisele foi uma verdadeira companhia toda a gravidez.
Cerca das 20 semanas, quando fazemos a ecografia que revela uma das mais ansiadas surpresas da gravidez (é menino ou menina?) percebemos que as tabelas dos chineses de previsão do sexo da criança são exactamente isso: dos chineses. Porque os nossos dados são igualinhos - a idade e data de concepção - e a Rebeca Gisele trazia um menino na barriga! Ficámos muito felizes, primeiro porque derrubámos milénios de sapiência chinesa (existe apenas o revés da Matilde ter sido fabricada no hemisfério sul e o petiz da Rebeca Gisele no hemisfério norte, talvez os chineses não percebam nada de hemisférios) e segundo porque podíamos já começar a tratar do casamento cigano. Matilde, filha, se tens 15 anos, estás a ler isto e arranjaste um namoradinho impertinente cheio de borbulhas, esquece. Vais casar com o filhote da Rebeca Gisele que eu quero passar Natais com ela. Vão ser três dias de festa e o melhor de tudo é que vou ter uma comadre como deve ser.
Reparem, nem estivemos muitas vezes juntas: uma vez a Rebeca Gisele veio ter comigo à capital, outra fui eu ter com ela lá perto dos Montes Hermínios - mas isso não tem impacto nenhum: a cumplicidade foi grande e a comunicação diária. E como a Rebeca Gisele é médica, ainda acabou por ser a minha consultora de gravidez: dúvidas existenciais eram-lhe imediatamente reportadas, que me respondeu sempre com a exactidão científica e intuição médica que me descansava nos momentos mais assustadores: tomem, por exemplo, o tema amniocentese.
E dizíamos em jeito de graça "olha lá se eles nascem no mesmo dia Rebeca Gisele! Ná, impossível, tamanha coincidência". Nos finalmentes da gravidez, barrigudas que só nós, todos os dias de manhã era feito o ponto de situação da possível entrada em trabalho de parto. "Então Rebeca Gisele, novidades? Tudo na mesma Margarida". E eu enchia-me de nervos porque precisava de uma novidade, se não fosse minha que fosse dela! Reparem como eu vivi a gravidez dela tão intensamente também. E ele há coisas que não se explicam, conexões improváveis, fenómenos fantásticos e eis que eu lá vou para a MAC dia 16 de Outubro - como foi uma cesariana a Rebeca Gisele ficou logo a saber que a Matilde ia nascer e, no dia seguinte, eu percebo que o piolhito dela nasceu, também, dia 16 de Outubro. Não é brutal?! Digam lá se não é! E agora, de petizes ao colo, continua a partilha, de experiências, de detalhes sobre os nossos filhos - surpreendente semelhantes no seu feitio - de fotografias, de expectativas.
A Matilde e o filho da Rebeca Gisele ainda não se conhecem. Mas vão-se conhecer porque temos que começar a acertar detalhes do casamento. E porque como diz ela diz e muito bem, eu ainda não conheço o filhote dela. Mas é como se conhecesse e já gosto tanto dele como gosto dela.
M&M
Nossa! Que coincidência eles terem nascido no mesmo dia. Foram tiradas fotos da Matilde? Digo, aqueles books com recém-nascidos. É quase uma unanimidade entre os pais fazer esse tipo de ensaio, lol.
ResponderEliminarVou já começando a tratar das toilettes para os três dias da boda :D
ResponderEliminarÓptima ideia! Vou começar a pesquisar caterings com menus da ressaca! :D
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