As coisas que eu gosto em ti
Filha,
Desde o momento em que te vi pela primeira vez, de boca escancarada e pulmões ao alto, que tive um flash. Foi amor à primeira vista, foi paixão assolapada, foi um baque no coração que ficou teu para sempre. Desde a meia noite e cinco do dia 16 de Outubro que a minha vida não foi mais a mesma. Roubaste-me para ti, do alto dos teus 46cm (agora já são 51!) e eu passei a viver esta vida em intervalos de três em três horas que tu choras porque tens fome. Não consigo tomar banho e secar o cabelo de uma assentada porque tu choras que não queres estar sozinha. Não posso ausentar-me mais do que uma hora de ti porque se estiveres acordada queres o colo da mãe. Não me deixas dormir uma noite seguida porque choras com fome. E depois choras porque não queres estar sozinha. Há um mês que me roubaste para ti, filha.
Mas mesmo assim, eu gosto de ti, mais do que julguei possível gostar de alguém. É um sentimento profundo, animal, de protecção. É uma devoção incondicional. É um amor tremendo que dá borboletas na barriga. As mesmas que apareciam quando, apaixonada, via inesperadamente o objecto da minha paixão.
Gosto de ti.
Gosto do teu sorriso desengonçado quando me vês, que é genuíno como mais nenhum.
Gosto de conversar contigo e de como me respondes à tua maneira com guinchinhos e outros barulhinhos que me fazem mais feliz e orgulhosa do que qualquer prosa apessoada e argumentativa.
Gosto da tua ginástica diária, da maneira como dás aos braços e às pernas como se me quisesses chamar para olhar para ti.
Gosto das posições em que dormes, sempre de braços ao alto como se fosses o super homem.
Gosto dos teus olhos grandes e expressivos, do teu ar espantado depois do banho, do sobrolho erguido como se eu estivesse a dizer as maiores barbaridades.
Gosto de te ver mamar. Do teu ar tranquilo. Da naturalidade do momento.
Gosto de te ver beber o biberão. Do teu ar satisfeito. Da forma como ficas vencida no fim, de papo cheio, encostada ao meu peito.
Gosto do teu cheiro.
Gosto da tua pele macia, de te estrafegar de beijinhos.
Gosto do cheiro do teu hálito, a doce, a leite, a bebé.
Gosto dos teus suspiros.
Gosto da maneira como ligas o turbo na chucha.
Gosto de te ver dormir.
Gosto de te ver.
Gosto de te ter.
Gosto quando estas a acordar e ficas a piscar os olhos numa lanzeira morna.
Gosto como tenho a certeza absoluta que me conheces e gostas tanto de mim como eu gosto de ti.
Gosto do beicinho que fazes.
Gosto do teu cabelo depois do banho, todo no ar.
Gosto de ti.
Beijo da mãe.
Desde o momento em que te vi pela primeira vez, de boca escancarada e pulmões ao alto, que tive um flash. Foi amor à primeira vista, foi paixão assolapada, foi um baque no coração que ficou teu para sempre. Desde a meia noite e cinco do dia 16 de Outubro que a minha vida não foi mais a mesma. Roubaste-me para ti, do alto dos teus 46cm (agora já são 51!) e eu passei a viver esta vida em intervalos de três em três horas que tu choras porque tens fome. Não consigo tomar banho e secar o cabelo de uma assentada porque tu choras que não queres estar sozinha. Não posso ausentar-me mais do que uma hora de ti porque se estiveres acordada queres o colo da mãe. Não me deixas dormir uma noite seguida porque choras com fome. E depois choras porque não queres estar sozinha. Há um mês que me roubaste para ti, filha.
Mas mesmo assim, eu gosto de ti, mais do que julguei possível gostar de alguém. É um sentimento profundo, animal, de protecção. É uma devoção incondicional. É um amor tremendo que dá borboletas na barriga. As mesmas que apareciam quando, apaixonada, via inesperadamente o objecto da minha paixão.
Gosto de ti.
Gosto do teu sorriso desengonçado quando me vês, que é genuíno como mais nenhum.
Gosto de conversar contigo e de como me respondes à tua maneira com guinchinhos e outros barulhinhos que me fazem mais feliz e orgulhosa do que qualquer prosa apessoada e argumentativa.
Gosto da tua ginástica diária, da maneira como dás aos braços e às pernas como se me quisesses chamar para olhar para ti.
Gosto das posições em que dormes, sempre de braços ao alto como se fosses o super homem.
Gosto dos teus olhos grandes e expressivos, do teu ar espantado depois do banho, do sobrolho erguido como se eu estivesse a dizer as maiores barbaridades.
Gosto de te ver mamar. Do teu ar tranquilo. Da naturalidade do momento.
Gosto de te ver beber o biberão. Do teu ar satisfeito. Da forma como ficas vencida no fim, de papo cheio, encostada ao meu peito.
Gosto do teu cheiro.
Gosto da tua pele macia, de te estrafegar de beijinhos.
Gosto do cheiro do teu hálito, a doce, a leite, a bebé.
Gosto dos teus suspiros.
Gosto da maneira como ligas o turbo na chucha.
Gosto de te ver dormir.
Gosto de te ver.
Gosto de te ter.
Gosto quando estas a acordar e ficas a piscar os olhos numa lanzeira morna.
Gosto como tenho a certeza absoluta que me conheces e gostas tanto de mim como eu gosto de ti.
Gosto do beicinho que fazes.
Gosto do teu cabelo depois do banho, todo no ar.
Gosto de ti.
Beijo da mãe.
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