Baby Matilde // A hora da Vuvuzela



Sôdona Matilde é uma bebé muito calma e bem comportada. As míticas noites, que tanta gente com bebés reclama serem um berreiro completo, são para a Matilde passadas...a dormir! Como compete. Depois da mamada da meia noite adormece tranquila no berço - aliás, adormece ao colo, já no ninho, e depois é devidamente transportada para o berço para não sentir nenhum choque térmico. Acorda a meio da noite para mais pitéu - não chega a chorar, faz aqueles gemidozinhos e eu lá vou prontamente alimentar a minha cria - e, notem, nem chega a acordar. Enquanto mama dormimos as duas, ela lá termina, eu acordo e ala que se faz tarde para o seu berço de novo: não a quero de todo habituar a dormir na cama dos crescidos. A Matilde dorme na cama dela como compete. Dorme. A Matilde não chora de noite - chorou uma vez ou duas e eu e o pai fizemos tal carnaval - luzes acessas, massagens na barriga, conversa com a pequena, colo, passeios pela casa - que ela ficou convencida que era hora da conversa e abriu a goela com vigor. O meu truque é, assim, nem sequer acender a luz aquando da mamada da noite. Ligo a luz de presença que me permite ver o que estou a fazer - que não é muito, a Matilde sabe bem o que tem que fazer para se alimentar - e é tudo feito com muita calma e silêncio. Resulta!

Ela agora adora conversa. É uma rapariga muito social, graçadeus, sai aos pais. Beca-beca, quem é a minha Quiquinha? Butxi-utxi quem é o bebé da mamã? E ela fica ali de olhos escancarados a fazer ruidozinhos como se me respondesse. Um amor, evidentemente.

Agora...desde que o pai foi para Angola que a Matilde às 20h começa no berreiro diário. É a chamada Hora da Vuvuzela.

Um dia destes não era uma Vuvuzela, mas várias e os meus ouvidos começaram a fazer "piiiii"
Todas as mamãs saberão certamente que tudo quanto é pessoa pretende atribuir, com ar muito confiante e sabidão, significado ao choro do bebé. Ah, são cólicas. Não, é sono. Não, ela tem fome, tenta lá ver se de mama na boca ela se cala - CLARO que de mama na boca ela se cala. A mama é para os bebés não só fonte de alimentação mas momento de consolo e proximidade da mamã. Por isso, mesmo que esteja atestadinha de leite, a Matilde mama sempre - depois fica muito incomodada porque está cheia e não consegue arrotar. Mas lá fica ela penduradinha como se viesse aí o apocalipse e precisasse de acumular comida para três dias.

As cólicas para mim são o conceito mais dificil de entender e, cá pra mim, foi uma coisa que os médicos e as pessoas em geral inventaram para explicar o choro quando o choro não tem explicação. Porque o choro da Matilde, impreterivelmente às 20h não podem ser cólicas. As cólicas não são "sazonais". Se fossem cólicas chorava o dia todo porque o leite não varia de constituição ao longo do dia. Por isso, cá pra mim, é nerves. Está irritada ao fim do dia, pronto. É normal, eu às vezes também estou irritada, não costuma é ser ao final do dia. Só não sei o que é que a irrita, já que ela passa o dia na sorna. Se calhar irrita-se com os sonhos que teve. Sonhar sempre com a mama e com candeeiros deve ser um enfado, realmente. Por isso, nas primeiras Horas da Vuvuzela, quando ainda estava convencida que eram cólicas, lá lhe fazia massagens na barriga e punha Aero-Om na chucha - Aero-Om este que estou convencida que foi o motivo pelo qual os médicos e as pessoas inventaram as cólicas. O Aero-Om faz tanto efeito como se eu a deixasse ali a chorar.

Ontem, resolvi mudar de tática: Muito colo, muita conversa, muito embalo e...voilá! A Quica lá acalmou, que é como quem diz, ferrou-se como gente grande encostada ao meu peito. Senti-me muito vitoriosa! Vou é não cantar vitória muitas vezes porque hoje teremos nova Hora da Vuvuzela e vamos lá a ver se este remédio é assim tão santo como me pareceu. A-ber. Só declararei virória sobre a Hora da Vuvuzela quando conseguir esmagar três seguidas!


M&M

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