Nostalgias

Hoje é domingo e foi passado como compete. Manhãs patrocinadas por torradas, café com leite e nestum mel para a minha mini, piscina e sol, mimos no sofá, carradas de canal Panda e horas a fio a ler o meu antigo blog. Espera. Anh? Sim. Li o quase de ponta a ponta o que é bastante tendo em conta que foram três anos de escrita a um ritmo interessante. É giro, porque é como se fosse um diário interactivo e relembrei-me de coisas que tinha guardadas nos baús poeirentos das minhas memórias, relembrei sensações, relembrei quem fui e o quão distante estou dessa pessoa (ou talvez não). É engraçado, porque depois de ser mãe encarnei uma nova persona, que sou eu e não é assim tão nova, e como tudo o que é novo, vi-me livre do velho com uma desplicência que agora vejo que, epá, também não valia a pena. Não era assim tão extravagante. Era uma menina ávida de amor a quem as coisas tendiam a não correr muito bem, muita cabeçada emocional, mas também muito optimismo e boas vibrações. Estou na mesma, portanto. Gostei mesmo de me reler, recalquei tanto o meu antigo eu (que afinal não é assim tão diferente do novo, já o disse?) que foi como se estivesse a conhecer uma pessoa nova e, guess what, gostei dessa pessoa. Era franca e apesar dos desaires, era feliz.

E pus-me a pensar, porquê este corte tão dramático com o passado? O que é que me deu para renegar de forma tão veemente aquilo que eu era (e sou, mais moderado talvez). É que tentei tanto ser uma coisa nova que agora me apercebo que continuo igual. Mas menos inspirada. E menos sarcástica talvez. O que é uma pena. O que é que me deu para apagar aquele blog do meu pensamento e só ter tido a "coragem" de o reler passados três anos?

Em boa hora o fiz. Nunca renegues quem foste, é isso que te faz ser quem tu és hoje. Anh? Bonito, isto posto com uma fonte maricas em cima de uma imagem bucólica de um mar ficava que era um mimo inspiracional em muito mural de facebook.