(Ainda) Da culpa

Mulher que é mulher acha que tem culpa de tudo. Confessem! É, não é?

Lá fui eu, mãe incompetente, jantar fora com o homem, ouvir o festival Sons do Atlantico durante meia hora e dar um pezinho de dança ao Elinga. Mãe-incompetente. Má-mãe. Mãe-que-é-mãe-fica-em-casa. Mãe não se diverte, mãe não sai, mãe fica em casa. Aprende. É a total dissonância cognitiva: Custa muito sair de casa e deixá-la com a babá. Depois, quando estou na rua (a ligar quase de hora em hora), sabe bem. Quando regresso a casa regressa a sensação de culpa-porque-raio-te-achas-no-direito-de-te-ires-divertir. Pronto. Preciso de validação, se calhar. Preciso de perceber se isto é mau. É um bocado? Não é?

A culpa é da segunda-feira que me deixa aqui a pensar nela. A culpa é do meu cabelo que não para de cair e vou ficar careca. A culpa é das dores de estômago com que fiquei depois de almoço. A culpa é dos malfadados oito cinco kg que não consigo perder. A culpa é desta sensação de saudades infinitas do meu bebé que nem me deixa trabalhar.

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