Esta coisa de ser bebé // A sopa
Hoje acordei bem disposta. Encontrei-me como de costume lá no berço grande onde os meus pais dormem, com o papá de um lado e a mamã do outro. É estranho, porque adormeço na minha cama e acordo sempre na cama grande e, mais intrigante ainda, de barriga cheia. Não sei o que é que acontece durante o meu sono mas é melhor tratar de investigar isto.
O papá estava a ressonar e a mamã a olhar para mim. Gosto muito de acordar e ver logo a minha mamã. Ela é muito simpática, agradável e faz-me as vontades. Logo de manhã enche-me de beijinhos (isso é que eu dispensava) e eu ofereço-lhe uns sorrisos que eu sei que ela adora e a mim não me custa nada.
Então ia eu a contar que acordei bem disposta. Depois a mamã mudou-me a fralda, fez-me aquelas festinhas no rabinho com creme - muito agradável diga-se de passagem - e levou-me para o sofá. Isso é que eu já nao achei piada. Não pelo sofá em si, que é confortável e dá para eu ginasticar. Mas deixarem-me sozinha, isso é que já é outra conversa. Não gosto nada de ficar aqui só com o Elefante Trombinhas e com o Coelhinho Pom-Pom e, às vezes, estes palermas dos meus pais desaparecem! E o pior é que eu não consigo evitar pensar que se calhar foram embora de vez. Fico muito enervada. Agora já começo a perceber que voltam sempre, mas isto uma bebé nunca sabe, mais vale jogar pelo seguro e dar dois ou três berros e ensinar-lhes que isto o lugar dos papás é ao pé dos bebés. Olha, olha...
A mãe não parava quieta. Ora aparecia, ora desaparecia e eu quando é assim começo logo a perceber que lá vem coisa. Gosta muito de aprontar, ela. Bem dito, bem feito, às tantas lá vem ela de babete em punho e eu "pronto, já estás, vou comer aquela coisa pastosa-gostosa, menos mal". Fiquei contente! Ela me põe lá na cadeirinha da papa, prende-me toda - são um bocado chatos estes meus pais com os cintos de segurança, eu já expliquei que não vou a lado nenhum e já sou grande e não caio mas eles querem lá saber - e põe o prato na frente. E eu, tudo bem, bora lá, "vou mostrar à mãe que já sei comer" pensei, animada.
Mas eis que ela me põe a colher na boca e aquilo era BEM MAU! Oh, onde é que está a minha papa? Que aquilo não era a papa, não senhor, a mim não me enganam. Para já, aquilo era cor de laranja. Não era doce. Era mesmo estranho. Eu fiz uma careta já a avisar que a mamã não ia longe comigo com aquilo mas ela é insistente... e pimba, sempre a dar-me daquela papa sem piada e eu... opá eu às tantas chateei-me a sério! E ela "oh bebé come a sopa". E eu, "sopa?? Mas que raio é isso, já estás a inventar!"
Querem o quê, um bebé tem querer, então? E mesmo assim cedi bastante porque ainda comi umas dez colheres daquela mistela horrorosa. Mas às tantas não aguentei, fiquei tão triste, tão pesarosa que chorei a ver se me livravam daquilo. Resultou! Resulta sempre. Quando choro a mamã pega em mim e dá me muitos miminhos e disso é que eu gosto.
Resultado, até fiquei cheia. Deitei-me no sofá ao pé dos meus papás e adormeci repimpada. Já ouvi a mãe dizer "não comeste nada", mas ela passa a vida a dizer isto e depois quando me vai pesar fica toda contente porque estou no percentil 50, ou lá o que é que eles dizem. Por isso ela que tenha muita calma nessa hora e me dê mas é comida gostosa como deve ser. A sério, espero bem que esta experiência da sopa não se volte a repetir.
O papá estava a ressonar e a mamã a olhar para mim. Gosto muito de acordar e ver logo a minha mamã. Ela é muito simpática, agradável e faz-me as vontades. Logo de manhã enche-me de beijinhos (isso é que eu dispensava) e eu ofereço-lhe uns sorrisos que eu sei que ela adora e a mim não me custa nada.
Então ia eu a contar que acordei bem disposta. Depois a mamã mudou-me a fralda, fez-me aquelas festinhas no rabinho com creme - muito agradável diga-se de passagem - e levou-me para o sofá. Isso é que eu já nao achei piada. Não pelo sofá em si, que é confortável e dá para eu ginasticar. Mas deixarem-me sozinha, isso é que já é outra conversa. Não gosto nada de ficar aqui só com o Elefante Trombinhas e com o Coelhinho Pom-Pom e, às vezes, estes palermas dos meus pais desaparecem! E o pior é que eu não consigo evitar pensar que se calhar foram embora de vez. Fico muito enervada. Agora já começo a perceber que voltam sempre, mas isto uma bebé nunca sabe, mais vale jogar pelo seguro e dar dois ou três berros e ensinar-lhes que isto o lugar dos papás é ao pé dos bebés. Olha, olha...
A mãe não parava quieta. Ora aparecia, ora desaparecia e eu quando é assim começo logo a perceber que lá vem coisa. Gosta muito de aprontar, ela. Bem dito, bem feito, às tantas lá vem ela de babete em punho e eu "pronto, já estás, vou comer aquela coisa pastosa-gostosa, menos mal". Fiquei contente! Ela me põe lá na cadeirinha da papa, prende-me toda - são um bocado chatos estes meus pais com os cintos de segurança, eu já expliquei que não vou a lado nenhum e já sou grande e não caio mas eles querem lá saber - e põe o prato na frente. E eu, tudo bem, bora lá, "vou mostrar à mãe que já sei comer" pensei, animada.
Mas eis que ela me põe a colher na boca e aquilo era BEM MAU! Oh, onde é que está a minha papa? Que aquilo não era a papa, não senhor, a mim não me enganam. Para já, aquilo era cor de laranja. Não era doce. Era mesmo estranho. Eu fiz uma careta já a avisar que a mamã não ia longe comigo com aquilo mas ela é insistente... e pimba, sempre a dar-me daquela papa sem piada e eu... opá eu às tantas chateei-me a sério! E ela "oh bebé come a sopa". E eu, "sopa?? Mas que raio é isso, já estás a inventar!"
Querem o quê, um bebé tem querer, então? E mesmo assim cedi bastante porque ainda comi umas dez colheres daquela mistela horrorosa. Mas às tantas não aguentei, fiquei tão triste, tão pesarosa que chorei a ver se me livravam daquilo. Resultou! Resulta sempre. Quando choro a mamã pega em mim e dá me muitos miminhos e disso é que eu gosto.
Resultado, até fiquei cheia. Deitei-me no sofá ao pé dos meus papás e adormeci repimpada. Já ouvi a mãe dizer "não comeste nada", mas ela passa a vida a dizer isto e depois quando me vai pesar fica toda contente porque estou no percentil 50, ou lá o que é que eles dizem. Por isso ela que tenha muita calma nessa hora e me dê mas é comida gostosa como deve ser. A sério, espero bem que esta experiência da sopa não se volte a repetir.
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