Dos desgraçados dos Cartoons

Estava eu ontem, aninhada no sofá com a Matilde - o Luís Maria já dormia todo torto na cama como é seu apanágio - enquanto via essa grande produção russa que é a Masha e o Urso. Vós, que não são pais e não ligam o canal 42 da box, não sabem que é esta dita cuja Masha, apesar de provavelmente imaginarem quem é o Urso.

Sim, o Urso é um urso.

A Masha é uma miúda com dois dentes e um totó tipo palmeira na cabeça, que deve medir 50 cm e é, provavelmente, o cartoon mais irritante da TV portuguesa, quiçá mundial.

São estes dois.

A Masha tem uma vozinha muito aguda e é uma irritante profissional, que passa a vida a importunar o desgraçado do Urso, que tudo o que quer é estar descansado no sofá a ver televisão ou a galantear a Ursa sua vizinha. Ele é uma verdadeira vítima nas mãos daquela terrorista. O pior é que ela não está a tentar ser má. Está só a tentar seguir com algum plano idiota que se lembrou no início do episódio e normalmente quem se lixa, é o Urso. Ontem, por exemplo, tal não foi que o desgraçado do Urso acabou por cair de uma árvore (não percebi como lá foi parar, o meu espectro de atenção é reduzido). ficando com um enorme dói-dói, representado por um enorme penso em forma de X, no seu rabo de Urso.

Eu empatizo com o Urso na mesma proporção que abomino a Masha, e em todos os episódios me apetece dar dois berros e uma lambada à Masha do género "Cala-te, porra, fica aí quieta, PAF". Está claro que acho que estes desenhos animados não são propriamente os mais educativos para a minha filha, e longe de ser nazi dos bonecos, ontem decidi, finalmente, abolir aquilo da minha TV - para a minha própria sanidade mental - alertando a Matilde para o facto de a Masha ser "muito mal educada", isto para ser eufemística e não dizer o que realmente penso, que é aquela parte ali em cima, das lambadas.

Isto acaba por ser a tendência que eu sinto em todos os desenhos animados com um espertalhão e um desgraçado. Por exemplo, abomino o Piu-piu (aquele canário amarelo reluzente, o Tweety), apreciando bastante, por seu lado o Gato Silvestre. O Jerry faz-me crescer as unhas, enquando o Tom me dá vontade de dar beijinhos e pôr no bolso. Até o Mickey com aquela voz de cana rachada me enche de nervos, sendo que ele nem é rude com ninguém. Só que gosto mais do Donald, pronto. Ah, e o Bip-bip (o Road Runner da Warner Brothers), que se safa sempre e as bigornas caem, sem exepção, em cima do desgraçado do Coyote. Opá, acho mal.

São relativas cargas de nervos que tenho apanhado ao longo da minha vida com estes "maus" dos bonecos (é que o Urso nem mau é, é só um tipo pachorrento com o qual me identifico bastante), que no fim se lixam sempre, e por isso proponho aqui, faxabore, criar uma associação de defesa desta malta, contra as bigornas marchar, marchar.

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