Mom to be // 37 Semanas

Pois bem, hoje cheguei à meta das 37 semanas. Ou seja, a Matilde já não é prematura. A partir de hoje é considerada uma gravidez de termo. Chegou ao fim. Já está bom. Já podia sair.

Já saías, filha!

Pois, isto é uma conversa pouco "mãezinha fofinha" de se ter mas é a realidade e eu estou farta de barriga. Não adorei estar grávida, lamento. É giro, sim senhor, passar pela experiência, as ecografias, é óptimo senti-la mexer mas convenhamos que 9 meses é imenso tempo. Estou grávida desde Janeiro! Desde Janeiro que não bebo um copo, que não fumo um cigarrinho na paz do senhor, desde Janeiro! Namorar então, desde Junho, tornou-se uma actividade menos agradável por variados factores que não vou começar aqui a enumerar, não me sinto confortável para isso. Fuzilem-me se quiserem. Mas é o que eu sinto. Sinto que o meu corpo foi tomado de assalto, está refém desde Janeiro, foi raptado pela gravidez. Pela gravidez, atenção, não é pela minha filha. A minha filha não tem nada a ver com o assunto emocionalmente falando, não é necessário começarem já a ligar para a assistência social.

"Ah, depois vais ter saudades!". "Ah, depois é que vão ser elas, quando ela chorar que nem uma vuvuzela vais desejar que ela ainda estivesse na tua barriga!". "Ah, agora é que ela está protegida, sabes que ela está bem, depois não vais saber". Conversa de encher, meus caros, conversa de encher chouriços.
Eu estou desejando que ela decida sair, não vou ter saudades nenhumas das dores de costas, das dores na bacia, no baixo ventre, de me sentir um Jabba the Hut a arrastar-me do sofá para a cama a 1km/h, de não ter sono nenhum porque tenho dores e não consigo dormir, de achar que, com atenção, conseguem ver-me da lua.
Eu estou desejando que ela decida sair, não tenho medo nenhum das fraldas, do choro, da disciplina alimentar que aí vem (aliás, estou cheia de vontade de recomeçar a trabalhar para resgatar o meu corpo raptado por reservas de gordura que chegam para alimentar os meninos em África). Estou cansada de não fazer nada o dia todo, de não ter ritmo diário, de estar só aqui a gestacionar. Quero a mudança do nascimento dela, quero as novas responsabilidades e as novas descobertas, quero ser mãe, não quero ser uma barriga.
Eu estou desejando que ela decida sair porque quero enche-la de mimos e beijos e dizer-lhe que a amo, mostrar-lhe o mundo, descobri-la todos os dias, vê-la crescer, evoluir, não quero uma filha super-protegida na minha barriga até aos 25 anos até porque não deve dar jeito nenhum.

Por isso, processem-me se quiserem. A Matilde já não é prematura, já não há motivo nenhum para que eu não diga que estou farta de estar grávida.

(Agora, filhota, independentemente disto tudo, o pai só chega a Portugal daqui a duas semanas. Por isso vamos ignorar isto que a mãe disse, aguenta-te aí quietinha. Dia 18 de Outubro às 16h00 tens ordem de despejo)

Nós as duas apertadinhas às 37 semanas.
M&M

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