Baby Matilde // Primeiras impressões #2
Continuando...
Fiquei internada na enfermaria da MAC três noites e foi um verdadeiro suplício como eu bem antecipava. As dores da cesariana não se tardaram em fazer sentir em todo o seu esplendor e não foi nada bonito. Via as outras puerparas que pariram de parto natural frescas e fofas a tratarem dos seus novos bebés e eu uivava de dor de cada vez que punha o pé no chão. Por isso é que eu nunca quis uma cesariana. É uma facada na barriga e dói fazer tudo. Fazer xixi dói, levantar dói, deitar dói, rir dói, sentar dói. Não recomendo a ninguém. A minha sorte é que a minha pimpolha é uma bebé calminha e não exigiu muito de mim nas primeiras noites. Aliás, a primeira noite dormiu-a comigo na cama. Eu fiquei de lado, imóvel, toda a noite, ali só a observá-la inundada de amor. Mamou, dormiu, miou, e eu acordada a vê-la num desvelo sem fim. No dia seguinte às 14.00 chegaram os meus pais e sogra. O homem aterrou na Portela às 16.30 de modos que às 17.00 entra-me pela enfermaria adentro, chega, perto de mim, beija-me na boca e segue para o berço. E ficou ali a olhar, num tipo de transe. E eu fiquei a vê-los aos dois pela primeira vez.
No dia 18 de Outubro viemos para casa. A Matilde dormiu pela primeira vez no seu berço e eu mais uma vez nada dormi, sobressaltada pelo mais pequeno e inaudível miau - estou a aprender a gerir as minhas noites para nao as passar em claro - e trespassada por facas imaginárias na ferida cirúrgica de cada vez que me levantava, sentido saudades infinitas da pega tipo passageiro de autocarro que vai em pé que habitava a minha cama na MAC e me facilitou bastante a vida.
Agora estamos a criar um ritmo. Mamadas, sestas, fraldas, banhos tépidos, beijinhos infinitos, conversas ciciadas, canções de embalar. Agora sou mãe. Agora sou mais mãe que Margarida. Agora falta encontrar o equilíbrio entre os dois papéis. Agora não quero pensar nisso, agora só me apetece ser mãe mesmo.
A amamentação não foi o drama que muitas contam. De todo. Eu gosto de amamentar, ponto 1. Sinto-me mulher. Muito mulher. Cheguei ao topo da carreira de ser mulher. A Matilde tem belos reflexos de sucção e mama com vigor e fica consoladinha ali, até geme. Logo depois de nascer, mamou e não doeu nada. Um dia depois estava dilacerada dos mamilos, todos em ferida o que, aliado às dores da cesariana me deram cabo da paciência nos primeios dias de maternidade. Mas nada que não se aguente, e aguentou-se. E hoje está tudo a decorrer sobre rodas. A subida do leite não foi a desgraça apoteótica destinada profeticamente. Fiquei ali tipo Pamela Anderson um par de dias e depois à força de muita massagem no banho e daqueles patches que comprei da avent, que vão ao microondas, tudo se resolveu sem desgraça maior. Dar de mamar é fixe e é saudável e toda a gente gosta.
As visitas: defini logo desde inicio que as visitas deviam ser reduzidas ao mínimo indispensável e correndo o risco de ser vista como bicho do mato, sinceramente, estou-me a borrifar. Soube-me bem assim. Hoje tive a primeira visita cá em casa, de uma amiga e foi assim meio stressante, estou sempre a ver quando é que ela vai começar a chorar ou quando é que lhe vou ter que dar de mamar e é coisa que eu dispenso fazer em frente a outras pessoas que não o homem. As minhas mamas não se tornaram propriedade pública. As minhas mamas são minhas e não é para ninguém as ver.
To be continued... - a pipoca esta a dormir depois de uma crise de cólicas e eu vou me refastelar a ver o Félix Bicha Má.
M&M
Parabéns aos papas e felicidades a pequenina :)
ResponderEliminarCada caso é um caso. Há quem não tenha praticamente dores nenhumas a seguir à cesariana. E que foi óptimo e que recomendam e que parto natural é horrível, com dores horríveis e medieval e há quem diga que a subida de leite é que é mesmo o pior dores horrorosas ...
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