Dezasseis meses aos dezasseis de Fevereiro

Hoje a Matilde faz dezasseis meses. Parece que foi ontem que fui para a Maternidade Alfredo da Costa, cheia de tosta de presunto e queijo - apesar do meu obstetra me ter desde logo avisado que era melhor não comer. (Que ia à faca, nas entrelinhas)

Não quis saber, cheguei a casa da ecografia com tanta fome e com tanto sono que alarvei na tosta e deitei-me para dormir a sesta. A última sesta antes da minha filha nascer.Estava calmérrima.

Hoje já se passaram dezasseis meses. A minha filha já anda - já corre! - come de tudo. Já bebe de palhinha, sentada no parque. A minha filha já não é um bebé. A minha filha é uma menina. Dezasseis meses e já fala. Fala imenso numa língua que ninguém entende, faz discursos calorosos, pontuados de comportamento não verbal extremamente assertivo, braços no ar, muita baba a escorrer dos esses que tenta dizer. Fala ao telemóvel com os amigos imaginários, fala, fala, ao tá-lá. Como vê a mãe fazer. Tem um extenso vocabulário de cerca de 10 palavras e neste momento cada dia que passa aparece uma palavra nova. E dança, dança muito, de mãos no ar, dá bela, faz agachamentos, bate com o pé. Gosta de musica africana, kizomba, semba. Claro.

A minha menina está crescida e o meu passatempo favorito continua a ser observá-la nas suas missões. É uma menina determinada. Que não desiste. É uma menina meiga, que gosta de contacto físico. Que não gosta por aí além de desconhecidos, não dá confiança, a ninguém, na primeira meia hora. Depois lá vai facilitando. A minha filha é esperta, é o que é.

Dezasseis meses e eu que não me dá jeito nenhum falar em meses cá estou, a dizer-vos que a minha filha está quase a fazer um ano e meio e eu continuo babada por ela, cada vez mais, é inevitável, animal, este amor visceral que não para de crescer.

Parabéns pequena Bé.