Post não tão miserável como inicialmente previsto

Sentada no terraço da Guest House onde estou, com uma vista soberba sobre a Marginal de Luanda, enquanto beberico uma magistral caipiroska, tenho tempo para pensar e por os pontos nos is da minha maternalidade compulsiva e concluo: não estou assim tão anímica, a minha vida não está assim tão terrível e desprovida de sentido, afinal consigo sobreviver.

Ena! Dirão vocês os que me aconselharam a ir ao psiquiatra 10 vezes em pensamento. Afinal a gaja regula. É verdade.

Tenho tempo para trabalhar - opá cala-te a sério és mesmo estúpida - é verdade, tenho, tenho mil e uma coisas giras para fazer e gosto do que faço. É bom não?

Tenho tempo para chegar a casa e estender-me despreocupadamente no sofá, a surfar blogues e facebooks, enquanto ouço ao longe o Family Guy, e os Simpsons, e o Master Chef, que aqui não há Panda.

Tenho tempo para jantar, para confraternizar com pessoas diferentes - também faz falta uma gaja saber que ainda consegue conversar sem ser sobre cocós e sopas.

Tenho tempo! Também tenho tempo para sentir saudades da minha menina, e do homem pois está claro, mas o coração já dilatou. Se o que tem que ser tem muita força também mostra que uma gaja não é só mãe. Também é gaja!

E amanha já estou para estrafegar a miúda de beijos até ela choramingar que não quer mais.

Sinto-me bem.
Pronto. 
Achei que devia avisar.


Comentários

  1. Margarida, como eu te compreendo, entre risos e lágrimas! Só acho que não és uma gaja, és uma grande e linda mulher

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