Conta-peso-e-medida
É já sobejamente conhecido por todos os 3 ou 4 leitores deste blog (por acaso se calhar já são mais!) que sou uma acérrima defensora de folhos, laços, golas e bordado inglês. Adoro ver a Matilde toda empriquitada e dispenso seriamente tudo o que sejam hello kitties, minnies, tweeties, gangas ou ténis. Para já é esta a moda que se pratica cá em casa.
No entanto, o embonecar tem limites: outro dia estava na clínica e a Matilde estava ali, impávida e serena no meu colo a observar a confusão enquanto era elogiada pelas pessoas que estavam sentadas ali nas imediações. Que era muito linda, muito fofinha, muito desenvolvida para a idade, enfim, constatações óbvias que eu adoro ouvir. Mas veio de lá uma de sotaque carregado - e sem a mínima noção de estilo, obviamente - que me pergunta "não vai furá?". "Hein? Furar o que?", respondi arregalada enquanto varria as minhas gavetas mentais em busca daquilo a que ela se estaria a referir. Pensei logo nas orelhas e era isso mesmo. Nisto começo a observar as bebés e crianças que estavam naquela sala de espera e efectivamente tinha tudo brincos na orelhas. O horror. A Matilde vai por brincos nas orelhas quando ela assim o entender e, se sair à mãe, só la para os 12 anos é que se lembrará disso.
Esta máxima aplica-se ao resto de acessórios que eu acho que ficam absolutamente re-dí-cu-los num bebé, tipo: pulseiras de ouro, pendentes de ouro, cordões de ouro, basicamente tudo o que seja ouro. E não só: fios no geral tenho um horror de morte: parece-me sempre que a qualquer momento a criança vai sufocar. Aquela moda palerma de por âmbar ao pescoço dos miúdos quando os dentes estão a nascer parece-me isso mesmo. Uma moda palerma e perigosa. Bebés de dois anos cheios de colares é algo que me cria espécie. Desgraçados. Ninguém merece. Uma coisa é um laçarote inocente num tapa fraldas, um laço na cabeça, uma bandolete de princesa. Outra são trezentos fios a apertar o gasganete da criança.
É isso e perfume. Senhora minha mãe estava sempre na missão Matilde Perfumada. Uma vez cheguei a casa - quando fui operada para me tirarem o meu filho-compressa - e tinha a miuda empestada em perfume ou lá o que era aquilo, na cabeça, com o cabelinho todo empastado, tive logo ali dois ataques cardíacos e um AVC. Lá expliquei com muita calma que está proibida de por perfume na miuda mas devo ter falado muito baixinho ou em chinês porque foi o mesmo que nada. A minha mãe tem um bocado tendência para desvalorizar as minhas opiniões maternais e acha que por ser minha mãe as opiniões dela se sobrepõem às minhas. De nada adiantou explicar que o perfume serve para colocar na roupinha dela numa ocasião mais especial e que eu gosto da minha bebé a cheirar a ela mesma, não preciso por perfume porque o banhinho já a deixa a cheirar a cheirinho especial. Agora que a mamã-vovó já não está nas imediações o perfume foi finalmente banido. A Babá - incitada pela minha mãe acredito - lá andava a pôr o malfadado perfume na miúda - ainda por cima temos dois, um da Chicco e um da Mustela. E eu tenho um ódio visceral a tudo o que seja produtos de "beleza" da Chicco desde que ela tinha 4 dias e lhe pus um creme que a deixou toda às pintas. Por isso, a por, é o da Mustela. O Musti. Que é efectivamente cheiroso - mas é uma gasada na roupa 15 min antes de a vestir!!! Meu deus. E eu chegava a casa e ela toda a cheirar a Chicco. Baaaah. Bani o perfume. Acabou. Over.
No entanto, o embonecar tem limites: outro dia estava na clínica e a Matilde estava ali, impávida e serena no meu colo a observar a confusão enquanto era elogiada pelas pessoas que estavam sentadas ali nas imediações. Que era muito linda, muito fofinha, muito desenvolvida para a idade, enfim, constatações óbvias que eu adoro ouvir. Mas veio de lá uma de sotaque carregado - e sem a mínima noção de estilo, obviamente - que me pergunta "não vai furá?". "Hein? Furar o que?", respondi arregalada enquanto varria as minhas gavetas mentais em busca daquilo a que ela se estaria a referir. Pensei logo nas orelhas e era isso mesmo. Nisto começo a observar as bebés e crianças que estavam naquela sala de espera e efectivamente tinha tudo brincos na orelhas. O horror. A Matilde vai por brincos nas orelhas quando ela assim o entender e, se sair à mãe, só la para os 12 anos é que se lembrará disso.
Esta máxima aplica-se ao resto de acessórios que eu acho que ficam absolutamente re-dí-cu-los num bebé, tipo: pulseiras de ouro, pendentes de ouro, cordões de ouro, basicamente tudo o que seja ouro. E não só: fios no geral tenho um horror de morte: parece-me sempre que a qualquer momento a criança vai sufocar. Aquela moda palerma de por âmbar ao pescoço dos miúdos quando os dentes estão a nascer parece-me isso mesmo. Uma moda palerma e perigosa. Bebés de dois anos cheios de colares é algo que me cria espécie. Desgraçados. Ninguém merece. Uma coisa é um laçarote inocente num tapa fraldas, um laço na cabeça, uma bandolete de princesa. Outra são trezentos fios a apertar o gasganete da criança.
É isso e perfume. Senhora minha mãe estava sempre na missão Matilde Perfumada. Uma vez cheguei a casa - quando fui operada para me tirarem o meu filho-compressa - e tinha a miuda empestada em perfume ou lá o que era aquilo, na cabeça, com o cabelinho todo empastado, tive logo ali dois ataques cardíacos e um AVC. Lá expliquei com muita calma que está proibida de por perfume na miuda mas devo ter falado muito baixinho ou em chinês porque foi o mesmo que nada. A minha mãe tem um bocado tendência para desvalorizar as minhas opiniões maternais e acha que por ser minha mãe as opiniões dela se sobrepõem às minhas. De nada adiantou explicar que o perfume serve para colocar na roupinha dela numa ocasião mais especial e que eu gosto da minha bebé a cheirar a ela mesma, não preciso por perfume porque o banhinho já a deixa a cheirar a cheirinho especial. Agora que a mamã-vovó já não está nas imediações o perfume foi finalmente banido. A Babá - incitada pela minha mãe acredito - lá andava a pôr o malfadado perfume na miúda - ainda por cima temos dois, um da Chicco e um da Mustela. E eu tenho um ódio visceral a tudo o que seja produtos de "beleza" da Chicco desde que ela tinha 4 dias e lhe pus um creme que a deixou toda às pintas. Por isso, a por, é o da Mustela. O Musti. Que é efectivamente cheiroso - mas é uma gasada na roupa 15 min antes de a vestir!!! Meu deus. E eu chegava a casa e ela toda a cheirar a Chicco. Baaaah. Bani o perfume. Acabou. Over.
Portanto, nisto de embonecar bebés, nem oito nem oitenta. Uma bebé bonita é uma bebé que apetece engolir - ainda mais que o normal. Mas engolir bebés com peças de oiro reluzente ou a saber a perfume é desagradável. Cá em casa queremos bebés ao natural!
Achei muita graça ao post e acho que tens toda a razão!:) Os bébés já até tem um perfume natural, que é o "aroma bébé" e é irresistivel ;) Tive pena de ter ido ver a Matilde, aí agora à vossa nova casa, e agora que voltei a Portugal, tenho saudades de a ver :p Assim que puderes, envia-nos, por email (até pode ser para o email PwC) fotos novas da Matilde ;) Beijinhos e tudo a correr às mil maravilhas [Aproveitem a "vida nova"!] Igor Gaspar
ResponderEliminarObrigada Igor! Realmente foi uma pena não nos teres vindo visitar - Homem: shame on you! - mas da próxima não falha ok? Beijinhos e bons preparativos para o grande dia!
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